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Brilho de Vagalume

Era um retiro do silêncio. Já ouviram falar que pessoas se reúnem em feriados ou períodos maiores para ficar em silêncio absoluto?! Pois é, isso existe! E por forças superiores eu estava ali, naquele lugar, naquele momento.


O retiro do silêncio veio no pacote do retiro espiritual do qual sim, este eu escolhi viver durante 30 dias em Nazaré Uniluz. Como cada vez creio menos em coincidências, presumi que o acaso não fazia parte daquela experiência que veio como bônus.


Confesso que sempre torci o nariz quando ouvia falar desses encontros. Para mim sempre foi confortável ficar em silêncio, não entendia porque pessoas pagavam, deslocavam-se e perdiam o feriado para isso... Mais de 60 pessoas, creiam! Só para registrar.


Tinha recém completado 40 anos e decidi passar 30 dias em um retiro espiritual, longe de tudo e todos porque precisava dar uma reavaliada estratégica na minha caminhada de vida, ou seja, exausta daquilo que já não me nutria: trabalho, pouca qualidade de vida, sem uma vida afetiva plena.


Nazaré Uniluz era o lugar perfeito para tudo isso, só não contava com o lance do silêncio. Então voltemos a ele.


Logo no primeiro dia de retiro, no momento em que eram repassadas as orientações sobre como funcionaria o espaço naqueles quatro dias, faltou energia elétrica em todo o campus. Tivemos que jantar e abrir a reunião com velas e lanternas. Além de silêncio forçado, também sem luz...


As orientações eram simples e objetivas, sempre repassadas com todo o cuidado amoroso e rituais daquele lugar tão especial. Eram elas: estar em um retiro de silêncio não é simplesmente não falar com a boca. Era também não falar com gestos, olhares, cumprimentos de cabeça, entenderam? Nada, nadinha. Inclusive não ler livros, escrever ou assistir filmes nas horas vagas. Ignorar o outro durante refeições, caminhadas e atividades era perfeitamente permitido e incentivado! Tudo isso com o propósito de olhar para si, estabelecer uma comunicação interna poderosa e evitar a distração daquilo que vem de fora, do externo.


Após a reunião de abertura, voltei para meu quarto, pois já era hora de dormir e a energia a pouco havia voltado. Ao acender a luz do quarto de dormir me deparo com dois insetos estranhos em uma das paredes. Vale ressaltar que morro de medo de insetos, até mesmo os insetos abençoados de Nazaré!


Fiquei ali pensando em chamar a minha vizinha de quarto, que sempre me socorria nestas horas, mas lembrei do TAL do Silêncio, sem comunicação com o externo! E agora, como vou dormir aqui com estas criaturinhas me olhando?!


Dei um jeito de deitar o mais rápido possível e apagar a luz. O que os olhos não veem o coração não sente! Pois é, mas qual foi a minha surpresa. Ao apagar a luz inicia-se um lindo espetáculo de luzes dentro do quarto. Aqueles bichinhos, agora sabia, eram vagalumes! Apesar de maravilhada com o que via, continuava não gostando da ideia daquelas visitas indesejadas. De tanto vigiá-las, adormeci no medo.


O que aconteceu nos dias seguintes somente vivendo para saber o que de fato significa estar em contato exclusivamente com você e só você, durante quatro dias seguidos, mesmo estando cercada por 60 pessoas mudas!


O processo é gradual, único (pois cada pessoa vivencia algo muito particular) e por vezes indescritível. O que consigo expressar é que vivi dias estranhos, apesar de ter uma vida solitária e sozinha, jamais havia ficado de fato em um silêncio tão intenso comigo mesma, sem interferências externas. Momentos reveladores acontecem quando o mundo lá fora cala por tanto tempo.


Tudo aquilo que está guardado dentro de nós, em forma de pensamentos, sentimentos e emoções, emerge de uma forma assustadora e bela! Tudo. Tudo que há de bom e não tão bom também.


É interessante não se preocupar com convenções tais como: dar bom dia, sorrir quando cruza com alguém no caminho, falar com o outro pelo simples fato de que é isso que o outro espera de você. É agradável o silêncio no momento das refeições, ter consciência sobre o quê e quanto se come. É uma benção contemplar a natureza ao seu redor e em silêncio, admirando como tudo nela se move e é tão belo. Como as tarefas do dia a dia ficam mais prazerosas e rápidas quando executadas em silêncio e com atenção plena. Tudo isso eu só pude apreciar e perceber porque estava em silêncio, presente e atenta.


Como nem tudo são flores, junto de toda essa beleza experienciada, veio também “aquilo” que o externo ajuda a esconder tão bem... Minha sombra. No terceiro dia de silêncio acessei uma infinidade de coisas guardadas dentro de mim que não eram nada fáceis de sentir e olhar: aquela palavra presa na garganta, a lágrima que não deixei rolar em um momento difícil por achar que tinha sempre que ser forte, crenças e padrões llimitados, uma certa melancolia da vida, ressentimentos e mágoas que ainda carregava dentro do meu coração.


Oração, meditação e respeito pela minha dor foram cordas nas quais me segurei para suportar o contato direto e solitário com esse lado escuro, também meu. De noite, um pouco mais serena, lembro que me preparava para dormir quando vi através da janela, fora do meu quarto, aquele espetáculo de luzes acontecer novamente diante dos meus olhos! Uma chuva de vagalumes, parecendo uma constelação de estrelas bem ali!


Pensei: Se hoje entrasse no meu quarto um vagalume, eu não teria medo.


Deitei, apaguei as luzes e de repente escuto um barulho de asas batendo na parede do quarto. Abri os olhos e lá estava, um único vagalume iluminando meu quarto e me fazendo sorrir diante do pedido aceito de forma tão imediata! Ele ficou poucos segundos comigo e depois saiu do meu quarto pelo mesmo lugar que entrou.


Olhar para minha sombra me trouxe a consciência da imensa luz que também há em mim. Toda essa verdade que só acesso quando me permito olhar para dentro com coragem e amor.


Assim foi o meu retiro em silêncio! Um presente do universo em forma de vagalumes mágicos e amorosos que me lembram das luzes e sombras que habitam minha alma. Gratidão!


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Ana Claudia Paiva

Coach & Analista Quântica

Gratidão ao espaço www.nazareuniluz.org.br -Nazaré Uniluz

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